PERPÉTUA

Em qualquer verso há algum espaço,

seja para um grama ou uma tonelada

(tudo parece permitido nesta liberdade

que cintila entre os pós da sua makeup).

E só o poeta sabe da linha imaginária

(sem mourões, nem arames farpados),

que habita, ubíqua, feito um fantasma

camuflado nas mós dos cantos da casa,

onde este ensurdecedor silêncio exala.

Depois de tantas primaveras e atalhos,

senti as lanças dos meus pelos eriçados,

quando li, novamente, o seu Whatsapp.

Uma saudade retrocedeu àquelas datas.

E logo percebi que você nunca se apaga.