Porque invades os meus sonhos
Porque invades
Os meus sonhos
Acordados
Uma debandada
De aves
Que me rasgam
O céu
Do pensamento
Em voos circulares
De plumas suaves
Que me pegas
E levas
Em sucessivas
Eternidades
Sem princípio
Nem fim
Numa ponta de saudades
Que te dou
Para que a agarres
Eu sei
Que não sabes
Ou talvez até saibas
Enfim
Que cabes
Em mim
De mãos dadas
Entrelaçadas
Neste carrocel
De ilusões
Em que me amarras
Sem dar sinais
Vens
Ou vais?
Ficas
Ou sais?
Deste ciclo vicioso
De feridas saradas
E abertas
Ilhas desertas
De claridades
Em portas fechadas
De esperança
Trancadas
Em segurança
À luz do dia
Com fechaduras
De felicidades
Para quem tem
A ousadia
De meter
As chaves!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal