Avenida
A céu aberto/
Sem hora pra ser/
Eles se acumulam/
Nas tantas vias/
Nas várias ruas/
Como tantos outros problema/
Sem, as vezes a devida atenção/
A apelar por aquela /
Ou outra compaixão/
A perguntar-me em revista/
O meu coração não compreende/
Que só cresce essa lista/
São pessoas a se submeter/
Condições nunca vistas/
Agora por que/
São doentes/
Pecadores/
Opçionistas ou marginais/
Não há uma linguística/
Que a olhos explique essa adesão/
Na essência da opção/
Fica a lição/
De nunca se deixar vencer/
Não é sábio quem/
Toma essa decisão/
Mas são famílias /
Com crias, idosos e cães/
Expostos ao mundo de tanta agressão /
Moços que fogem as regras/
Para serem reféns da prisão/
Quem sabe/
Que o diga/
Qual é a relação/
Uns cujo deus é pagão/
Outros ateus amealhados a depressão/
Bem como, hoje se vê/
Discípulos da diversão que as drogas/
São, se não /
A doença, mas o patrão/
Fomentando cada vez mais/
Ao abrigo do tempo/
A indiferença como solução/
Pois se te dão outra saída/
E você diz não/
É ruim da cabeça/
E não do coração/
Enfim, posso até levar a reflexão/
Talvez como contribuição/
Mas ao ver/
Ao sentir junto a mim/
Mutilu-me a pensar/
A me solidarizar sem juízo de valor/
Perguntando o porquê/
E como ajudar/
Quem não entende o que não quer/
Ou quem entende e aceita o que é/
Mas quem fostes/
Pra ser hoje o que estás/
É o que quer/
Se nem a necessidade argumentando/
Se nem o sofrimento molestando/
É capaz de convencer/
É escravo do vício ou depoente de dor/
Resto de ilusão ou sobrevivente/
Da tentação dos olhos/
Se assim, quem poderá/
Fazer eles voltarem ao normal/
Esse pecado capital/
Essa ambição imoral/
Que mata dia a dia/
Talvez se pararem o relógio/
Possam ver/
Que procurar no amor/
É toda essência/
É toda riqueza/
Que se precisa/
Pra bem viver/