O que já não serve
As velhas roupas usadas para uma guerra consciente onde me vestia para o ajuntamento de pedras na construção de novas estruturas voltadas para o amanhã.
O que não vale mais, as velas e candelabros que em noites chuvosas de tristezas e obscuridade iluminavam meus medos fora da porta.
Não vale os agasalhos surrados da vovó ao cobrir meus ombros no inverno pois já ando num verão que se unifica a uma nova estação, lida com as emoções no meu novo eu revestido da visão fora do quotidiano versado em pautas renovadas no agora.
Não lerei mais as páginas da saudade fixada no quadro de minha infância pois já percebo as distâncias percorridas.
Esse silêncio onde tem projeção de raríssima interpretação de verdade deixarei bem claro na lousa e na certeza daqueles que como meu quieto grito poético permaneçam em suas trajetórias de vida.