EPÍLOGO

Ainda não me cheguei à derradeira hora

nem ao instante que me for findo

Ainda não fechei por último as pálpebras

nem ao sono em que não mais acordarei

Ainda não acabou meu espanto

nem encerrei agendas e expedientes

Ainda não interrompi os passos

nem há mapas no resto da estrada

Ainda não esgotei meus respiros

nem sei quando será o fatal suspiro

Ainda não me despedi daqui

nem minhas lembranças sumiram

E até quando a cortina não fechar

nas trilhas que os passos me levam

vou derramando versos pelo chão

Joaquim Cesário de Mello
Enviado por Joaquim Cesário de Mello em 03/11/2022
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