Caminho de pétalas

Caminho por entre pétalas quiescentes caladas

Que descansam nas brisas quentes das alvoradas

Fazem margens alcatifadas nas bordas dos rios lentos

Vestem o chão dos meus passos colorindo os desalentos

Num tronco de uma árvore secular tenho o convite de uma bicicleta

Encostada no descanso para que suscite o avanço e fantasia

Era usada e tinha a merenda num cestinho de cor violeta

Sigo a caminhada não me atrevendo a uma reprimenda por ousadia

E vou deixando para trás apenas a curiosidade num sorriso

Um cheiro de felicidade que perfuma o ar deste paraíso

As sombras de luminosidade encandeiam o pensamento

Uma interioridade onde passeiam a paixão e o sentimento

Encantada com a serenidade da alameda

Até os meus olhos adquirem a suavidade da seda

Luísa Rafael

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Porto, Portugal