Quantos?
Quantos?
Quantos jazem nos leitos poeirentos da eternidade?
Quantos ainda pulsam lágrimas nos peitos da saudade?
Quantos vivem os caminhos lentos dos nossos passos?
Quantos momentos são desejos de toques e abraços?
Quantos sentimentos ficaram na alma guardados?
Quantos não foram entregues e ficaram nos passados?
Quantos beijos e carícias foram esquecidos e não entregues?
Quantas delícias tornariam as flores em vida alegres?
Quantas palavras foram apagadas e apenas sepultadas?
Quantas horas arrastadas foram ocas e vagas?
Quantas ternuras foram esquecidas pelas avassaladoras rotinas?
Quantas lápides pertencem a mãos sonhadoras e heroínas?
Quantos dias são multidões em desfiles de louvores?
Quantos dias são de emoções e tapetes de corações em flores?
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal