Há uma rede

Sim existe uma rede segura entre duas árvores logo ali em pleno domingo de manhã.

Respiro suavemente a medida que descanso logo após sair de meu sótão onde busquei uma obra pessoal e há muito esquecida.

Nessas estantes devidamente preservadas como arquivos salvadores de vidas me preparo para sair em busca de merecedores e dos puros de espíritos,os esquecidos em esquinas da obscuridade para divisão de pães de poemas e poesias recitadas nos verdes gramados, palco de chão e flores desabrochadas na pronúncia de declamações e risos.

Por entre inúmeras obras guardadas no meu secreto compartimento de inspirações reservo instantes libertadores desse frio e distante sistema opressivo e me visto de colombina chamando um coro de crianças e passarinhos para essa festa no parque.

É a bienal de livros jamais lidos.

São folhas preenchidas para a contemplação dos que estão as margens da estrada com sede e fome de palavras feitas para edificar como as águas cobrem o mar e repousa sublime nesse suave movimento que me dá vida, e me faz sonhar!

Léa Silva
Enviado por Léa Silva em 30/10/2022
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