O conto
Queria escrever um conto
Mas cadê a criatividade?
Quase caí em pranto
Pensei na realidade
Pensei na beleza do canto
Pensei na imortalidade
Mas desses contos já têm tantos
Talvez à ficção me dê uma oportunidade
Ao invés de poesia, a prosa me dê uma boa conta no banco
E leio e estudo e penso na versatilidade
Começo a escrever no papel e me dá um branco
Procuro em minhas memórias
Mas qual não foi meu desencanto
Quanto mais pensava, inclusive na minha cidade
Mais rimas me vinham à mente, no entanto
E do conto que pretendia escrever com novidade
Preenchi o papel com o poema pronto
E já percebi que o conto não é veracidade
Para mim, a prosa é o contraponto
E, com isso, já perdi a ansiedade
De escrever um conto
Pois, como podem ver nestas linhas cheias de ponto................
Aquilo que poderia ser um conto
Transformou-se em uma poesia confesso da minha incapacidade
De escrever um conto.
Paulo pereira