VÁCUO

Sou uma emancipação de mim mesmo.

Planto, rego e cultivo o lirismo em mim

E belíssimas flores despencam no solo.

O aroma silvestre recolhe as emanações

Traduzindo as etiquetas que pairam no ar

E consome vendavais de uma sensibilidade

Autotrófica. No curso e no enlevo do ritmo

Há emoções que singram o exterior e são

Deificadas pelo extrato das folhas sisudas

Que espalham seu esplendor onírico no éter.

Sou uma emancipação de mim mesmo...

Recolho de longos galhos sintomas de amor,

Mas enclausuro caules recheados de espinhos

A fim de que no tronco úmido das averbações

Pessoais possa eu desinibir o vácuo poético!

DE Ivan de Oliveira Melo

Ivan Melo
Enviado por Ivan Melo em 28/10/2022
Código do texto: T7637985
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