instante de glória
da janela, o café, mas
também seus olhos de mulher,
jovem, bonita como a pedra
mais graciosa, no entanto,
nos olhos, a vida já lhe disse
o seu segredo: sou dura, um
tanto triste, mas não mato,
amadureço, portanto, no alambrado
deixo o medo
um olhar, um sorriso,
mas já não canto a esperança
de outrora: beijos alucinados,
línguas enlouquecidas, vapores
afortunados,
mas apenas a certeza que tudo se evapora,
pois na janela do café,
um naco de vida se enamora,
acordo cedo, não vejo o instante
de no relógio dar nove horas,
pois ali por um segundo, vivo
a infância de glória, o impossível
se faz possível, tudo é aqui e agora.
o prazer nos desfalece e tudo é
sem demora
Nem falo dos beijos, dos abraços
do grito amoroso, não me atrevo,
mas do jardim de um sonho, eu te
quero como as bocas querem os beijos