Dialética

sou pedra que chora

sou vidro que estilhaça

meu sorriso canta,

enxugando lágrimas

nos cantos, poças

covas rasas de intenso pranto

mas inda há brilho no olhar...

mesmo que por vezes se apague

nos percalços do meu caminhar

intenso o frio por falta de afago

calor que arrefeça a alma

escrevo, calando grito

como que alimentando gemido

quero colo, quero afeto

mas faço-me discreto

e, friamente,

saio pela tangente

e se precisar, bato o martelo

...

pois mesmo quando sou fraco

faço-me forte

assim eu sou

nada morno, nada pouco

ou tudo ou nada

sou Tese

sou Antítese

e por fim, Síntese

Caroline Schneider
Enviado por Caroline Schneider em 03/12/2007
Código do texto: T763657