A criança
Não há mais tempo para tristeza
Só há motivos
Assim como não há mais tempo para brincadeiras
Mesmo porque não existem mais brinquedos
O homem quando assume o papel de homem
Não tem mais tempo para sentimentos fúteis
Seu coração preenche-se com o que é concreto
Com cimento
Não há mais tempo para amar
O homem que é homem não tolera frescuras
Não treme diante do medo
Não chora diante da solidão
Não geme diante da dor
O homem que é homem
Para ser homem
Tem que ter um coração de pedra
Resta às crianças o tempo livre de sonhar
Mesmo que vacilantes
Pois sentem ânsia de serem homens
E o homem de ser menino