A estrada da vida

A estrada da vida

Com os cinco sentidos percepcionamos a vida e guardamos na bagagem

Tateamos pouco a pouco, saboreamos o mundo louco e partimos de viagem

Vamos deixando a nossa essência pelos caminhos que lemos

Olhando a margem dos destinos e processando o que aprendemos

A tarefa tem incógnitas complexas e surpreendentes na equação

Viramo-nos às avessas e nem sempre tem a simplicidade da resolução

Não sei se a lição tem apenas a racionalidade do bom senso

Ou a emotividade e turvação dos dilemas como nevoeiro denso

O traçado nem sempre é linear e a claridade definida na história

A experiência avisa o que guarda a esquecida memória

O que não garante como uma ciência exacta o instante da vitória

Só sei que a estrada é infinita e vai acolhendo os meus erros

Mas é tão bonita que a vou acariciando e cedendo aos meus medos

Andando me entrego à sorte e vou aprendendo até à morte

Luísa Rafael

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Porto, Portugal