ELEGIA NA MORTE DE SAMORA MOISÉS MACHEL
(Poema inscrito no livro de condolências da Embaixada
da República Popular de Moçambique)
Não venho trazer-te flores, mas um grito.
No teu sangue derramado
lateja a minha dor e a minha raiva.
Dentro de mim estremeceu o mundo
e o mar ferveu,
os sorrisos voaram em estilhaços
e desmoronou-se a torre em construção.
Agora estamos nus sob os escombros
e a tua ausência é um vento frio
soprando por dentro.
Mas nada poderá deter-te, nem a morte!
De súbito, surgiste ao nosso lado,
sentimos a tua mão de confiança,
continuas de pé, jovem, invencível,
com a vitória a sorrir-te nos lábios.
Nada poderá deter-nos, Samora Machel.
As nossas mãos, a nossa voz, as nossas armas
velarão a tua memória
e arrancarão os frutos renitentes
à terra ainda em flor.
(22 de Outubro de 1986)
(Poema inscrito no livro de condolências da Embaixada
da República Popular de Moçambique)
Não venho trazer-te flores, mas um grito.
No teu sangue derramado
lateja a minha dor e a minha raiva.
Dentro de mim estremeceu o mundo
e o mar ferveu,
os sorrisos voaram em estilhaços
e desmoronou-se a torre em construção.
Agora estamos nus sob os escombros
e a tua ausência é um vento frio
soprando por dentro.
Mas nada poderá deter-te, nem a morte!
De súbito, surgiste ao nosso lado,
sentimos a tua mão de confiança,
continuas de pé, jovem, invencível,
com a vitória a sorrir-te nos lábios.
Nada poderá deter-nos, Samora Machel.
As nossas mãos, a nossa voz, as nossas armas
velarão a tua memória
e arrancarão os frutos renitentes
à terra ainda em flor.
(22 de Outubro de 1986)