Quem sou
Sou eu mais louco que sua razão pode supor,
Inconsequente,
Além do que possa imaginar,
A Insanidade,
Não me obriga a depor,
Eu sou livre,
Tenho o poder de voar.
De peito aberto,
Não me rendo ao rancor,
Sou indestrutível,
Se quiser pode atirar,
Se eu me for,
Vou deixar a minha dor,
Não se preocupe,
Virá outro em meu lugar.
Sou eu o fogo,
Que crepita e encanta,
Não se aproxime,
Pois eu posso te queimar,
A própria brasa,
O calor,
Também a chama,
E a ilusão,
Não poderá me apagar.
Eu ando só,
Não poderá me acompanhar,
Moro ao relento,
E tenho o mundo como um lar,
Meus pés descalços,
Só tem a Terra pra calçar,
Meus trajes finos,
São teados pelo ar.
Me alimento de todo fruto colhido,
Minha natureza,
Quer a fome saciar,
Não sou tão culto,
Vezes sou o primitivo,
Que me domina,
Instintos passam a controlar.
Sou o estranho neste mundo introduzido,
Que monta frases,
Buscando me reencontrar,
Estou em fuga,
E sou um dos foragidos,
Que se disfarça,
Para poder escapar.