Talvez sim, talvez não

Talvez sim, talvez não

Não me perguntes se as palavras que te disse são verdadeiras ou foram de ocasião

Naquele momento eram tão claras como feiticeiras e vibravam de paixão

Se o sentimento permanece no coração e apenas adormeceu

Não sei não, se quando o pensamento é teu, e na verdade com a emoção já nem sou eu

Não me perguntes da saudade que a lágrima limpa

Se os teus lábios calados querem que te minta

Nem eu sei bem o que te diga, se a chama flameja

Só sei que estou viva numa fogueira extinta que tanto te deseja

Não me perguntes porque de ti fujo e procuro a nossa felicidade na solidão

Se corro para ti no labirinto da creatividade e ilusão

E me delício com o que sinto nesta louca perdição

Mas se o dia é escuro e a noite me ilumina com um clarão

Talvez a insanidade explique a incoerente contradição

Talvez sim, talvez não!

Luísa Rafael

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Porto, Portugal