DERROCADA
De repente tudo ruiu,
esperanças, alentos e projectos,
o passado e o futuro,
papéis sorvidos pelo vento
por uma janela aberta para o nada.
Dentro de mim o mundo estilhaçou.
Os meus olhos rolaram
pela calçada em declive.
Os dedos
não conseguiram segurá-los
e cairam, também eles,
um por um.
Desabaram os braços,
as pernas fraquejaram,
misturaram-se os sons
e os pensamentos.
Todo o corpo se despenhou
e se espalhou em pedaços.
Só o coração, esse
continuou pulsando, inteiro,
com uma certeza lá dentro
que teima em resistir.
De repente tudo ruiu,
esperanças, alentos e projectos,
o passado e o futuro,
papéis sorvidos pelo vento
por uma janela aberta para o nada.
Dentro de mim o mundo estilhaçou.
Os meus olhos rolaram
pela calçada em declive.
Os dedos
não conseguiram segurá-los
e cairam, também eles,
um por um.
Desabaram os braços,
as pernas fraquejaram,
misturaram-se os sons
e os pensamentos.
Todo o corpo se despenhou
e se espalhou em pedaços.
Só o coração, esse
continuou pulsando, inteiro,
com uma certeza lá dentro
que teima em resistir.