A margem da margem
A beira do abismo
No buliçoso caminho
da alma, 
repleta de ressentimentos

À margem da margem.
No fundo mais profundo.
Recôndito.

A palavra não dita.
O fonema que não ressoa.
O signo sem semântica
O valor sem fundamento.

Na margem, aquilo que é preterido.
Invisibilizado.
Vestido em paradoxos.
Em ceticismo seco.
Lirismo entristecido.
E a poesia jogada na sarjeta
a esmolar alguma atenção.


 

GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 24/10/2022
Código do texto: T7634985
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