Paixão

As tuas letras são como beijos de astro luzente caído

Nos meus dedos de alabastro quente pelos desejos esculpido

Têm as luzes dos lugares onde os meus olhares se quebram

Ofuscados pelos vagares das horas lentas que me levam

Ah, quando elas amaciam o papel dos bilhetes bordados

Arrepiam a minha pele com os suspiros dos pecados

Como ondas arrebatadoras nas faces rubras

Em danças avassaladoras de espumas impuras

Até estremeço com esta doce ternura vibrante

Onde aqueço com a leitura de brasa flamejante

Uma fogueira que me consome numa loucura deslumbrante

E os versos queimados pelas chamas do amor são cinza esvoaçante

Ao sabor de brisa feiticeira para que o teu coração sinta

Ah! Que eu seja poeira no chão se quiseres que te minta!

Luísa Rafael

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Porto, Portugal