ESPELHO

ESPELHO

Creio que o espelho tenta envelhecer-me

Mas vou tirar isso a limpo

Primeiro ataco as manchas escuras

De cores prata

Mas elas recusam-se a sumir

Qual meus cabelos prateados

Depois vou fazê-lo brilhar um pouco

Pego um pano chamado mágico

Embebido em água morna

Álcool é suprido pelo meu bafo

Mas que mico e eu tosco

Ele continua fosco

Incrivelmente algumas manchas movem-se

A opacidade está a olhos vistos

Sendo assim resta conformar-me

Olhar no espelho e sentir

Que ele está velho e oxidado

Cheio de imperfeições

Mas nunca foi perfeito mesmo

Sempre refletiu o que via

Eu que o assistia

Nas afrontas dos dias

Fiquei também marcado para sempre

Envelhecendo solidariamente

Arnaldo Ferreira
Enviado por Arnaldo Ferreira em 23/10/2022
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