ESPELHO
ESPELHO
Creio que o espelho tenta envelhecer-me
Mas vou tirar isso a limpo
Primeiro ataco as manchas escuras
De cores prata
Mas elas recusam-se a sumir
Qual meus cabelos prateados
Depois vou fazê-lo brilhar um pouco
Pego um pano chamado mágico
Embebido em água morna
Álcool é suprido pelo meu bafo
Mas que mico e eu tosco
Ele continua fosco
Incrivelmente algumas manchas movem-se
A opacidade está a olhos vistos
Sendo assim resta conformar-me
Olhar no espelho e sentir
Que ele está velho e oxidado
Cheio de imperfeições
Mas nunca foi perfeito mesmo
Sempre refletiu o que via
Eu que o assistia
Nas afrontas dos dias
Fiquei também marcado para sempre
Envelhecendo solidariamente