O chapeleiro
O chapeleiro
Chamado: Miguel
Que fazia chapéu
O tempo inteiro
Em sua chapelaria
Ele antes o criava
E o desenhava
De noite e de dia
Ele fazia chapéus
Na tão conhecida
E tão querida
Cidade de Ilhéus
Ele desenhava
O chapéu
No papel
E satisfeito por seu trabalho ficava
Ele era um fiel
Senhor chapeleiro
Que ele recebia e gastava seu dinheiro
No bordel
Da esquina
Onde,lá,tinha uma meretriz
Tão infeliz
Chamada: Cristina
Ela era uma prostituta
A mais triste
Que existe
Mas ao mesmo tempo,astuta
Que só queria saber do dinheiro
Do senhor Miguel
Que ia com seu famoso chapéu
Porque,segundo,ele dizia o tempo é passageiro
O chapeleiro
Senhor Miguel
Com seu belo chapéu
Gastava todo seu dinheiro
Lá naquele bordel
Da esquina
Com a meretriz: Cristina
Sempre carregando consigo seu chapéu
E de lá, ele ia embora
A andar em seu cavalo corcel
Junto com seu chapéu
Sempre na mesma hora
De ir voltar a trabalhar
E ele dizia: Como essa minha vida é cruel
Eu agora tenho que pegar no meu pincel
E voltar a desenhar
Outro chapéu
Para que eu possa fazer
E então, vender
O que me inspira é somente olhar para o céu
E dessa vez,seu comprador
Seria um Coronel
Que encomendou um chapéu
Para seu grande amor
Que esse Coronel
Inclusive,tinha em seu dedo anelar
Que era seu verdadeiro lar
Um lindo anel
Porque,esse velho Coronel
Tinha tido um casório
Tão notório
Lá em seu quartel
E quis ,então
O velho Coronel
Mandar encomendar
Um lindo chapéu
Do senhor Miguel
O chapeleiro
Que com seu dinheiro
Trabalhado só prestava para gastar em vão
De acordo com sua função
No puteiro
Da esquina
Com a prostituta
Mais que astuta
Chamada: Cristina
Que dessa meretriz
Ela carregava em seu coração
Uma antiga decepção
Que lhe gerou uma cicatriz
E que dessa sua profissão
Ela carrega em seu peito
Esse defeito
Que lhe ficou como uma lição
E agora,todo cliente
Que for
Procurar-lhe por amor
Vai sair de lá descontente
Assim como o senhor Miguel
O chapeleiro
Que sai de lá gastando todo seu dinheiro
E apenas,no final olha para o céu
O chapeleiro
Pobre coitado
Ficou viciado
De ir para o puteiro
Enquanto,ele fica ao léu
Inclusive, o senhor Miguel
Foi até já
Lá, réu
Acusado de ter estuprado
Uma mulher qualquer
Que estava na rua de véu
Coitado de seu Miguel
Enquanto,ele apenas
Trabalha e anda a cavalo com seu corcel
A carregar em sua cabeça um belo chapéu
Escrito amor com letras pequenas.
Autor: Wilhans Lima Mickosz