Fatalismo

Com a angústia de um moribundo

Escrevo versos com fragmentos

Daquilo que um dia foi fecundo

Para a quietude dos tormentos.

Sob o céu de um novo mundo

Extirpo as cores e pigmentos

De uma dor que então difundo

Entre verdades e fingimentos.

Não há crença que balize

Ou conhecimento que amenize

Os gritos do abismo no peito.

Não há tempo que cicatrize

Ou ilusão que vaporize

O que já não pode ser desfeito.

Eduardo Becher
Enviado por Eduardo Becher em 22/10/2022
Código do texto: T7633345
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