in ... interno... dentro.
...
Tudo preso, amordaçado, reprimido
nem é o grito, ou a letra, ou a dor,
é tudo que não é lá, nem cá, tudo
embalado, destruído, teso e dolorido.
Os olhos que não se viram
outros que fogem mesmo virados
a gama de de lascas acumuladas nesta estrada
as árvores que nem foram sementes ainda
estão lá, ou não, e sim, querendo respirar,
mas silenciadas, amedrontadas, encurvadas, quase mortas.
Aquilo que escapa, brilha e volta,
não é visto, atendido, aplaudido,
só mais uma de tantas dores de muitos adoentados
acorrentados, mal disfarçados, meio felizes, meio tristes,
ivivos, desvivos, anvivos
existindo no peito, no cérebro, na alma, na planta do pé,
onde você esconder melhor.
Mas lá, definitivamente lá, dentro, internado em cada um
de nós, de vós, tantos sóis, tanta sombra sem voz.
Eu sou estômago de mim mesmo.