BANQUETE
Era um dia de domingo,
Era um domingo de dia.
As velhas mãos pretas calejadas,
Abanavam fortes e diligentes,
Lenha e carvão consistentes
Até ver aceso o lume,
E o fogo a crepitar
No velho fogão a lenha.
De barro, a antiga panela.
Paio, linguiça, costela,
O feijão e a carne curtida.
Paira no ar o seu perfume,
A rua toda inebriando,
A vila arrebatando,
E extasiando a avenida.
Banquete de Orixá!
O feijão está pronto, no ponto.
Por sobre a mesa fumegante.
Que se achegue, quem se consinta,
Que se achegue, quem se convenha,
Que se achegue quem o mereça.
O feijão está no ponto, está pronto,
Por sobre a mesa, a convidar-nos.
O feijão e a carne curtida,
Perfume que paira no ar,
Banquete de Orixá.
Que se achegue quem se consinta.
Que se achegue quem se convenha,
Que se achegue, quem o mereça!