Chove lá fora
Chove
Lá fora
Caiem águas
Silenciosas
Nas estradas
Ruidosas
Em andamento
A cidade
Beija
As madrugadas
Do desalento
Com as mágoas
Do sentimento
Ainda
Suportadas
Pela cor
Do desejo
Que me delícia
O pensamento
E assim
Acorda
O dia
Em mim
Cinzento
No amor
Que acaricía
A solidão
Ao parapeito
Da janela
Da paixão
Tão sombria
Na sua emoção
Como o meu
Peito
Que no seu batimento
Me anestesia
Em ti
E persiste
Num amor
Que não me assiste
Mas que insiste
E te sorri!
Luísa Rafael
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Porto, Portugal