IMÃ
Imã
Ou a metáfora do azul
Mergulhando nas ruas da minha cidade
Passeando pelas ruínas do dia-a-dia
O vôo, o canto, a palavra inútil
Nos conduzindo às mesmas dúvidas,
Às mesmas mistificações
Enquanto outros seguem alucinados
Tecendo a trama da solidão
Celebrando a irreverência, a indecência, a demência
Ou simplesmente celebram
A ambiguidade, as interrogações
As inimagináveis coisas da vida
A vida sem remédio
O suicídio ou o tédio
Os estilhaços
Anunciando que há muitos cacos de sonhos
Na pele dos miseráveis da cidade
Que, incrédulos, contemplam os ritos da burguesia
E pedem um saída
Mas a sentença é o silêncio
Ou a promessa que nunca se cumpre.