IMÃ

Imã

Ou a metáfora do azul

Mergulhando nas ruas da minha cidade

Passeando pelas ruínas do dia-a-dia

O vôo, o canto, a palavra inútil

Nos conduzindo às mesmas dúvidas,

Às mesmas mistificações

Enquanto outros seguem alucinados

Tecendo a trama da solidão

Celebrando a irreverência, a indecência, a demência

Ou simplesmente celebram

A ambiguidade, as interrogações

As inimagináveis coisas da vida

A vida sem remédio

O suicídio ou o tédio

Os estilhaços

Anunciando que há muitos cacos de sonhos

Na pele dos miseráveis da cidade

Que, incrédulos, contemplam os ritos da burguesia

E pedem um saída

Mas a sentença é o silêncio

Ou a promessa que nunca se cumpre.

JOAQUIM RICARDO
Enviado por JOAQUIM RICARDO em 03/12/2007
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