A SOMBRA DE FLORBELA
Hoje já não há tempo para amar,
Florbela, como tu amaste.
Quando a charneca floresce
o amor é pão.
A charneca saltou da paisagem
para dentro de nós.
Ela é também o amor.
E não só ela, mas o olival,
mas a seara,
mas o açude.
E as vacas malhadas, de olhos ternos,
e as ovelhas. mesmo sem flauta de pastor,
e os vinhedos de afogar a alma na distância
fazem parte da nossa saudade
de emigrantes de sonhos.
Hoje o nosso amor mora em carapaças de raiva,
as nossas carícias criam calos de vontade
e os suspiros soam como um clarim.
Abrimos as cortinas da madrugada
e enfrentamos o sol com rudeza de povo.
Mas, no fundo, somos como tu,
ternos e sensíveis.
À tarde quando o sol desiste
e foge em direcção ao mar,
gostamos de descansar na tua sombra
do tamanho da noite
e ouvir as mágoas misturar-se com o luar
e sentir o nosso coração bater
ao compasso das estrelas.
Enquanto uma viola tange (ou será o vento?)
Hoje já não há tempo para amar,
Florbela, como tu amaste.
Quando a charneca floresce
o amor é pão.
A charneca saltou da paisagem
para dentro de nós.
Ela é também o amor.
E não só ela, mas o olival,
mas a seara,
mas o açude.
E as vacas malhadas, de olhos ternos,
e as ovelhas. mesmo sem flauta de pastor,
e os vinhedos de afogar a alma na distância
fazem parte da nossa saudade
de emigrantes de sonhos.
Hoje o nosso amor mora em carapaças de raiva,
as nossas carícias criam calos de vontade
e os suspiros soam como um clarim.
Abrimos as cortinas da madrugada
e enfrentamos o sol com rudeza de povo.
Mas, no fundo, somos como tu,
ternos e sensíveis.
À tarde quando o sol desiste
e foge em direcção ao mar,
gostamos de descansar na tua sombra
do tamanho da noite
e ouvir as mágoas misturar-se com o luar
e sentir o nosso coração bater
ao compasso das estrelas.
Enquanto uma viola tange (ou será o vento?)