Quando eu me chamar saudade...
Vejo uma incerta
Oferta
De alma deserta,
Que o teu peito aperta...
Verei um louco beijo
Maior que o pejo,
No agoniado ensejo
De me invadires com teu desejo?
Verei uma lua,
No meio da tua
Rubra rua,
Quando vieres linda e nua?
Verei o anseio,
Sem receio,
Do arfar dos seios,
Esperando, na curva do meio,
Ousadas carícias – eu creio?
Silencias... E então me invade
O temor que o tempo, sem piedade,
Talvez, no meu silêncio guarde
Teu futuro grito de amor. E será tarde
Demais, quando eu me chamar saudade!...