Quando eu me chamar saudade...

Vejo uma incerta

Oferta

De alma deserta,

Que o teu peito aperta...

Verei um louco beijo

Maior que o pejo,

No agoniado ensejo

De me invadires com teu desejo?

Verei uma lua,

No meio da tua

Rubra rua,

Quando vieres linda e nua?

Verei o anseio,

Sem receio,

Do arfar dos seios,

Esperando, na curva do meio,

Ousadas carícias – eu creio?

Silencias... E então me invade

O temor que o tempo, sem piedade,

Talvez, no meu silêncio guarde

Teu futuro grito de amor. E será tarde

Demais, quando eu me chamar saudade!...

Santiago Cabral
Enviado por Santiago Cabral em 03/12/2007
Reeditado em 13/09/2008
Código do texto: T763174
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