O TEMPO E NÓS
O dia de hoje é uma névoa de antigamente...
O que fiz ontem? E anteontem? Não sei.
Talvez nem mesmo saiba o que faço agora,
Porque o instante presente está mudo, sem voz.
E me calo, às vezes grito em busca do meu eco
Que se encontra perdido dentre nuvens cinzentas.
Ontem já foi hoje e hoje já foi ontem. E amanhã?
Amanhã será um hoje transformado de ontem.
E depois de amanhã? Será um amanhã contínuo
E, assim, sucessivamente. O futuro é contínuo, sim.
Passado, presente e futuro na ampulheta do tempo,
Um tempo que não perde raízes, sempre o mesmo.
E nós dentro desse tempo... O que somos e fazemos?
Somos as marionetes dos segundos, minutos, horas...
Tudo é o tempo que controla. Névoa de antigamente!
DE Ivan de Oliveira Melo