BOATO
Um dia, os ventos sopraram mais forte
E derrubaram todas as torres da cidade.
Ficamos ilhados.
Longe, tão longe um do outro.
Veio também a chuva.
Um vendaval que foi aos poucos
Ou de uma vez destruindo os corações
E os corpos imprecisos.
Logo depois, quando estávamos
Nos acostumando novamente
À paz da vida comum, surgiu o
Boato do fim do mundo.
Morremos antes. Alguns, mais convictos
De sua santidade, foram para
Os templos e choraram, ajoelhados,
À espera.