Instantâneo Número I

Há qualquer coisa de belo

Místico

E sagrado

No emaranhado.

Diamantes precisam ser lapidados

Multifacetados

Para que o brilho venha à tona

E seduza

Não esse

Instantâneo

Espontâneo

Que não pode ser modelado

Incrustado em suporte

Exposto em vitrine

Estimado ou não

Ganha os ares

Dissolve a neve

Obriga o verão.

Há quem prefira os diamantes

Obra de ourivesaria

Aqui

O emaranhado somente

A metáfora

A via

Para ver poesia é preciso ter uns olhos próprios

E alguma perspicácia

Engenho inacabado

Exige colaboração

E intérprete.