IMAGINA

Torci para que tivesse imaginado

tudo, e todos os versos e pecados

pregados no varal do meu quarto.

Teria, pois, sentido os mil abraços

e mãos velozes sobre suas carnes,

seu espaço, seus ossos e sua alma,

aqui e ali, lá e acolá, fundas e rasas,

com e sem unhas, e fortes e fracas.

No meio da primavera nova, a tarde

voaria no segundo andar da sua casa.