O Sofista

Diz conhecer os Mistérios,

Tirou-os do evangelho,

Se mostra sempre correto,

E goza de privilégios.

Julga,

Por sempre estar certo,

A humildade é deserto,

Porém o fim está perto,

E não tem medo do inferno?

Palco,

Palanque,

Púlpito,

Com ou sem auto falantes,

Fala da vida de Cristo,

Vive uma vida errante,

Cuida da vida dos outros,

Mantém os teus tão distantes,

E ainda acha-se mais,

A sua arrogância,

Oferta em palestras aos ignorantes.

Se é vida sobre vida,

Voltando e buscando aprender,

Talvez tenha sido o sofista,

Que ainda vive em você.

Fala o que não pratica,

Prática do que não crê,

Quer ser exaltado em vida,

Para a misericórdia do Cristo merecer.

E quer exigir dos outros,

O que não há em você.

É pedra sobre pedra,

De Chico, sobre Chico,

O que tanto buscou aprender,

Tão pouco tenha entendido.

Consolo?

O seu Umbral nos espera,

E talvez nem assim,

Seu ego se dê por vencido,

Questionará a Deus pela espera,

Culpará algum possível inimigo,

Talvez algum besta-fera,

Alguém que tenha perseguido,

Pois foi quase um santo na Terra,

Esperava ser reconhecido.