RECESSIVO

Eu guardo e trago dentro do colete

um amém bem diferente para você

(ele contém o estrondo e o silêncio,

e sempre pousa na areia do poema,

entretanto, de forma alguma, pretende

abençoar as mãos do que quer que seja

e, apenas feito uma penitência, entende

esse fato claro: todo o verso que escrevo

tem, no seu DNA, o gene quase frequente

da sua engenharia clara, esta neve quente).

Às quatro e meia, ouço a parafina que queima

na esquina. E voo por entre o breu da alameda.