Roupas de guerra
Amanhece,e diante do espelho sem reflexos de esperança me visto com o rigor da política e poder.
As ordens e comandos surgem para empreender uma peleja onde direitos e deveres fixados no quadro negro de minha escola me dão um sinal definitivo num adeus a minha primavera.
A minha namorada que me aguardava diante de uma estrada sem endereço fixo.
Antes de seguir o comboio russo revejo minhas páginas de vida desde o ventre.
Talvez ainda visualize pela apertada janela desse blindado um resto de brisa acariciando meu rosto de soldado não criado pra matar.
Enquanto ajusto no corpo as rudes e frias fivelas que sustentarão o peso das balas sinto a presença de meu pai presenteando me com bom bons comprados logo ali na esquina, do vizinho.
Não tenho mais o direito de traçar nenhum caminho ou sonhar com liberdade ou retorno as raízes.
As sirenes me privam de tudo e exatamente me gritam pra adentrar no combate:Adeus!