A paixão que inibria
A paixão que inibria
Sorriem as nossas bocas com conversas apaixonadas tontas
Alegres e loucas como as gotas orvalhadas de envolventes ondas
Sem pressas e leves abraçamos o céu das nuvens infinito
Sem amarras e inocentes brindamos ao amor que nos tem tão bonito
Ele suaviza o ambiente cansado que cheira ao odor da cidade
Uma brisa quente nos abraça e a face ruboriza de felicidade
Os olhares são expressivos da loucura feiticeira que nos enlaça
Uma ternura dos sentidos vivos que não é alheia à multidão que por nós passa
A emoção deixa a sós os nossos corpos sedentos envolvidos
Pelas avenidas seguimos deslumbrados sem mapas nem roteiros e perdidos
Enleados nas nossas vidas entrelaçamos mão na mão docemente unidos
Tudo é grandioso neste inerte movimento à volta
Um sentimento harmonioso que deixa uma gargalhada de sons abafados à solta
Há dois lábios que numa laçada são inundados por espuma de maré revolta
Luísa Rafael
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Porto, Portugal