Entre Máscaras e Jardins Internos
Olha-me nos olhos
Consegues enxergar sua profundidade?
Ultrapassa as camadas existentes?
Não acredito neste teu dom
De desbravador de minhas essências.
Como dizes que me conheces
Se nem eu me conheço?
Se todos os dias me olho no espelho
E não consigo me decifrar?
E acredito que nunca terei êxito nisto.
Considero-me um foguete
Que ao retornar a terra, foi se repartindo
Espalhando vestígios de minha alma,
Sobre a superfície terrestre
Talvez isso explique meu vazio.
Sou indecifrável, complexa
Várias versões de um único ser.
Guardo uma delas para mim
Outra sei que não conheço.
Está no subsolo de minha psiquê.
Não me desespero com tal confusão
Aceito minha individualidade
Das máscaras das personalidades
Protejo meu interior de invasores
E conservo o jardim de minha essência.