Quando as maricotas do desejo
Quando as maricotas do desejo
Roerem a alma do infortúnio
E de noite você entrar num túnel
Sem farol nem GPS para ligar
Não ligue que o infortúnio
É um jeito de morrer ou versejar
Se um dia a sorte chegar
Não lhe negue seu lugar
Desejo e medo se confundem
E antes que o poema afunde
O poeta dá um jeito de gracejar
Pega as garatujas para voar
No lume de uma estrela o olho
No olho a febre e o encanto
No canto da lida o sonho
Escaravelho brilhando feito um tonto
O poeta dedilhando as cordas do infinito