POR DENTRO OU POR FORA?

Muitas vezes, crescemos apenas por fora,

Enquanto por dentro nos tornamos mistérios,

Outras vezes, vivemos à espera da hora

Em que podemos dançar sem delírios mais sérios...

Por vezes, mudamos a(penas) por fora,

Enquanto por dentro restam iguais os segredos,

Escondidos nos mares, memórias ou medos,

Entre olhares e sonhos que não vão embora!



E, assim, o que somos, no fundo, sabemos?

Somos adultos infantis ou crianças precoces?

Somos sombras de dúvidas que partem, velozes,

Entre silêncios e vozes de devaneios pequenos?



Quiséramos dançar em risos sem freios,

Sem receios e ardis de máscaras tão repetidas,

Pudéramos ser, ao limiar dessas vidas,

Humanamente profundos em nossos mil devaneios!

Enfim, será que crescemos apenas por fora?

Ou, por dentro, existirão eternas crianças,

Buscando as hipóteses que o tempo ignora,

Em ventos da vida, voando em lembranças?

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