Finalmente vieste
Finalmente
Vieste
Pela sombra
Envergonhada
Há quanto
Tempo
Te esperava
Calada
No escuro
Do fastio
De luz
Apagada
Pensei
Que não vinhas
Mas já agora
Que aqui estás
Não vás
Embora
Aproveita
O odor
Da lassidão
E seduz
Na escuridão
Que te embala
Fala
No silêncio
Que a ocasião
Obriga
Justifica
A ausência
Lambe
A minha dor
Ou então
Com irreverência
E submissão
Me castiga
De amor!
Luísa Rafael
Direitos de autor reservados
Porto, Portugal