RUÍNA

Moro sem sábado nem pipa,

criança de mãos patéticas,

isolado banco ensolarado

ri da rima no vazio de alguém!

Ruas presas atrás de cortinas,

minha vila é resto de projeto.

Medonho crisântemo sufocado

ressente-se do jardim de existir!

Em pés nas botas postas para morte

pedras caminham desalinhadas,

vitrificadas teias, cristais quebrados,

janelas fantasmas esbanjam vento,

balé insólito no ofício da vista

ruína acrescentada à arte da casa...

Em uma poltrona desmembrada

alivio angustias folheando livros,

dôo Neruda aos olhos e

entre flores e trigos, escapo!

betina moraes
Enviado por betina moraes em 02/12/2007
Reeditado em 02/12/2007
Código do texto: T762265
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