Não vês?
Não vês
Que os meus olhos
Campestres
De fundo
Escuro
Carregam
O mundo
Dos espinhos
Agrestes
E da suavidade
Das flores
Que seguro?
Não vês
Que têm
Cicatrizes
Das dores
Bem delineadas
Afogadas
Nas lágrimas
Raiadas
De raízes
Transparentes?
Não vês
Que estas linhas
Tatuadas
Intercaladas
Por espaços
Quentes
Vagos
São apenas abraços
Inconsequentes?
Não vês
Que é nestes lagos
Parados
Afundados
Na mente
Numa intermitente
Paz
Que é lá
Que tu estás?
Luísa Rafael
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Porto, Portugal