no movimento retrógrado da minha vida
desisti das mazelas e da infâmia
risquei passos na calçada da idolatria
entreguei ao niilismo tudo o que não sabia
guardei no relógio do tempo alguns corpos
metáforas rasgadas no assoalho cinzento
pouco vidro no espelho para me ver
trem de fogo no sonho da madrugada
eterna gratidão aos meus pés
passos deixados nos céus da anciã árvore
fui mais morte do que vida
onde cavei buracos para enterrar ignorâncias
sei lá onde estão os risos de outrora
a crença não vem dos olhos, mas da alma