no movimento retrógrado da minha vida

desisti das mazelas e da infâmia

risquei passos na calçada da idolatria

entreguei ao niilismo tudo o que não sabia

guardei  no relógio do tempo alguns corpos

metáforas rasgadas no assoalho cinzento

pouco vidro no espelho para me ver

trem de fogo no sonho da madrugada

eterna gratidão aos meus pés

passos deixados nos céus da anciã árvore

fui mais morte do que vida

onde cavei buracos para enterrar ignorâncias

sei lá onde estão os risos de outrora

a crença não vem dos olhos, mas da alma

Rosângela Trajano
Enviado por Rosângela Trajano em 06/10/2022
Reeditado em 06/10/2022
Código do texto: T7621363
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