Repulsa e fascínio
To sambando nos espinhos.
— Caro cupim, qual molho madeira vai querer hoje?
Estou rindo do descaso,
da falência e do enxofre.
Bato palmas pra ninguém
aqueles mesmos que me ouvem.
Perdem o som da euforia
do reflexo no espelho.
Sou eu ou alguém mais
que não se afunda no receio.
A escuridão que antecede
a ruptura que destrói a alma,
São os pedaços que se chocam,
fazendo um batuque que depois traz calma.
Dai a mim a esse maldito
desgraçado sem colírio,
Não enxerga a própria dor
um ser de repulsa e fascínio.
No botequim cachaça e vinho
se mistura pelo fel.
Voa balão, balão voa
e estoura antes de chegar no céu.
Tô rezando pelo pão e não agradeço meu vizinho.
O desfavor já não é em vão, pois me faz encontrar um ritmo.