Triste olhar
Lágrimas descem não tem jeito
Marcando meu sofrido rosto,
Deixando na boca amargo gosto
Da dor angustiante presa no peito.
Espelha-se em meu olhar desfeito
Sonhos arrancados a contragosto,
Do âmago do meu espírito exposto
Pelo destino meu de caminho estreito.
Oxalá quando se rompa a nova aurora
E a escuridão da noite vá embora
Leve consigo meu grito de amargura,
E o céu tornando-se azul iluminado
Arranque da minha alma o triste fado
Com seus raios azulados de ternura.