Saber envelhecer
Em algum canto de minha memória
Repousa
Como quem descansa de longa caminhada
Algo
Sem que eu controle
A feliz lembrança de quando era criança
Não havia preto, branco, índio, amarelo
Havia gente, só gente
Gente com sonhos e desassossegos
Gente alta e baixa, mas gente
Então cresci
E gente virou outra coisa, assim foram me ensinando
Mas não aprendi
Porque sempre entendi que gente é gente, nada mais
Ah, como gosto daquela criança que habita em mim
Sinto que mesmo envelhecendo
Não perdi a infância que tive
O velho em que me transformo
Vive bem, mais lento, é verdade
Porém,
Ah, sim,
Porém, mais feliz