As flores dos meus caminhos
As flores dos meus caminhos
As flores dos pedestres caminhos enfeitaram os meus olhares
Inocentes pontuados campestres nas geografias de inóspitos lugares
Cheiros quentes perfumados que tranquilizaram ventanias e temporais
Frutos silvestres degustados e brisas que enfatizaram aromas florais
Trilhos calcorreados pelos pés descalços calejados
Beijos delicados nos solos arenosos rugosos e áridos
Terrenos floridos arejados de frondosos arvoredos
Jardins coloridos serenados com recantos de guardados segredos
Rotas amargas com zumbidos e pólens dourados esvoaçantes
Apurados sentidos que mergulham nas profundidades dos instantes
Mapas calados com os olhos desfocados e esquecidos em pormenores diletantes
Dores silenciosas desvanecidas que entreguei aos ventos em gemidos sonantes
Cores diluídas em sentimentos despidos que fui deixando escapar
Suspiros e desencantos engolidos que ficaram nos verdes campos do meu olhar
Luísa Rafael
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Porto, Portugal