A LONGA VIAGEM DE UM POETA
A LONGA VIAGEM DE UM POETA
Mário Osny Rosa
Daquela sua partida
Há procura de tratamento.
Para garantir mais vida
Era esperança do momento.
De todo o seu esforço
A tentativa foi mal.
Nem com um reforço
Nem médico dera aval.
Lá morre o poeta
Longe de sua família.
Não era a sua meta
Isso tudo que humilia.
Colocam o corpo num caixão
Enviam para o Rio de Janeiro.
De um trem num velho vagão
Era mesmo um trem cargueiro.
Logo na sua chegada
Pouca pessoa o receber.
A família decepcionada
Patrocínio o reconhecer.
Ordena com veemência
Em cima do caixão uma arca.
Um enterro com decência
Tudo logo de primeira marca.
Lá ficou por cento e dez anos
Muita luta para o seu translado.
Era o maior poeta o decano
Teria que voltar ao seu estado.
Lá se fora trinta anos
Numa luta incansável.
Nesses cento e dez anos
O retorno do memorável.
Seus retos mortais chegara
Na bela urna preparada.
E o povo homenageara
Logo na sua chegada.
No dia vinte e nove de novembro
Adrentra o palácio Cruz e Sousa.
Da porta principal ao som da banda
Passa por um estreito corredor.
No auditório a homenagem a prestar
Pelos homens da cultura.
Presidente da academia de letras a falar
Uma homenagem a altura.
Em sua morada futura
Num belo mausoléu.
Com toda a estrutura
Será seu pequeno céu.
Grande poeta Cruz e Sousa
Que completa a sua imagem.
Seu nome gravado na lousa
Depois de uma longa viagem.
São José/SC, 30 de novembro de 2.007.
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