Narci
Quando te conheci, admirei
Com sua bomba de amor,
Me sequestrou,
Ah! Como fui tola, acreditei!
Sua crueldade estava coberta de um brilho amarelo, dizias tu ser o Sol!
Cegando cada um que nunca conseguiu entrar em baixo de teu falso manto,
Me dizias com doce fala, vinda de uma língua dividida
Não és tão boa menina, mas quem sabe um dia!
Auto intitulada Rei, Rainha,
Como tentei encher sua peneira, como tentei ser uma amada filha...
És vazio, invejoso, interesseiro, cruel
Fui anos teu espelho de reflexo distorcido
Quem vive com um narcisista sabe bem o gosto do fel
Narcisista nunca ama, nunca sacia sua sede
Ele quer mais e mais
Um ser das trevas, como um demônio dentro de uma escura caverna
Saindo dela coberto de mel
Pega a primeira abelha
Faz dela sua miséria
Caída a abelha, sem mais sorrir
Morreu sem mais voar, morreu apenas olhando para o desejoso céu